FILMES

A COR PÚRPURA



Georia, 1909. Em uma pequena cidade Celie (Whoopi Goldberg), uma jovem com apenas 14 anos que foi violentada pelo pai, se torna mãe de duas crianças. Além de perder a capacidade de procriar, Celie imediatamente é separada dos filhos e da única pessoa no mundo que a ama, sua irmã, e é doada a "Mister" (Danny Glover), que a trata simultaneamente como escrava e companheira. Grande parte da brutalidade de Mister provêm por alimentar uma forte paixão por Shug Avery (Margaret Avery), uma sensual cantora de blues. Celie fica muito solitária e compartilha sua tristeza em cartas (a única forma de manter a sanidade em um mundo onde poucos a ouvem), primeiramente com Deus e depois com a irmã Nettie (Akosua Busla), missionária na África. Mas quando Shug, aliada à forte Sofia (Oprah Winfrey), esposa de Harpo (Willard E. Pugh), filho de Mister, entram na sua vida, Celie revela seu espírito brilhante, ganhando consciência do seu valor e das possibilidades que o mundo lhe oferece.



ADIVINHE QUEM VEM PARA JANTAR



Direção: Stanley Kramer. Jovem de San Francisco marca um jantar para apresentar aos pais seu noivo, um negro. O casal, conservador, não consegue esconder a surpresa, mas o jovem não pretende desistir. Primeira produção hollywoodiana a tratar de forma explícita a questão racial no casamento. Não vai muito a fundo no problema, embora seu humor elegante e o extremo charme do elenco (Houghton é sobrinha de Hepburn) se encarreguem de proporcionar momentos divertidos e mordazes. Último trabalho de Tracy (1900-1967), valeu o Oscar a Hepburn e ao roteirista Wiliam Rose. 108 minutos. Comédia.



A ENCRUZILHADA (Crossroads)



Direção de Walter Hill, 1986. Jovem viaja pelo Sul dos Estados Unidos, em companhia de um velho música, para buscar as origens do som negro. Trilha musical de Ry Cooder, ideal par quem gosta de blues.



A HORA DO SHOW



Um programa de TV que denuncia o preconceito e o estereótipo dos negros na televisão americana causa polêmica e faz sucesso entre os telespectadores. Com direção de Spike Lee(Malcolm X) e Damen Wayens no elenco.



AMISTAD



Direção: Steven Spielberg. Costa de Cuba, 1839. Dezenas de escravos negros se libertam das correntes e assumem o comando do navio negreiro La Amistad. Eles sonham retornar para a África, mas desconhecem navegação e se vêem obrigados a confiar em dois tripulantes sobreviventes. Que os enganam e faze que, após dois meses, sejam capturados por um navio americano, quando desordenadamente navegaram até a costa de Connecticut. Os africanos são inicialmente julgados pelo assassinato da tripulação, mas o caso toma vulto e o presidente americano Martin Van Buren (Nigel Hawthorn), que sonha ser reeleito, tenta a condenação dos escravos, pois agradaria aos estados do sul e também fortaleceria os laços com a Espanha, pois a jovem Rainha Isabella II (Anna Paquin) alega que tanto os escravos quanto o navio são seus e devem ser devolvidos. Mas os abolicionistas vencem, e no entanto o governo apela e a causa chega a Suprema Corte Americana. Este quando faz o ex-presidente John Quincy Adams(Anthony Hopkins), um abolicionista não-assumido, sair da sua aposentadoria voluntária, para defender os africanos. Duração: 154 minutos. Drama.



A NEGAÇÃO DO BRASIL



Direção: Joel Zito Araújo. O documentário não é uma viagem na história da telenovela no Brasil e particularmente uma análise do papel nelas atribuído aos atores negros, que sempre representam personagens mais estereotipados e negativos. Baseado em suas memórias e em fortes evidências de pesquisas, o diretor aponta as influências das telenovelas nos processos de identidade étnica dos afro-brasileiros e faz um manifesto pela incorporação positiva do negro nas imagens televisivas do país.



DISTRAÍDA PARA MORTE



Direção Jeferson De. Três adolescentes negros caminham na metrópole. O que pensam? Sem destino, "distraídos", perambulam por vielas, ruas e grandes avenidas. Os dois meninos riem de suas próprias piadas racistas, enquanto a moça os observa calada. Três experiências, três formas distintas de perceber o mundo, unidas por uma brincadeira de vida ou morte. Quem se aventura a atravessar a rua, a transgredir os limites, a transpor a calmaria aparentemente segura? Há quem prefira arriscar tudo (ou seu nada) em busca de sentido. Distraída para a morte é um filme sobre a força que provém da fragilidade. Do amor que nasce das tragédias cotidianas. 2001.



HOTEL RUANDA


Em meio a um conflito que matou quase um milhão de pessoas em menos de 4 meses, um homem abre o hotel que gerencia para abrigar a maior quantidade possível de pessoas. Com Don Cheadle, Joaquin Phoenix e Nick Nolte. Recebeu 3 indicações ao Oscar.



MALCOLM X


Direção: Spike Lee. Trajetória do líder americano Malcolm X, que provocou paixões e ódios na polícia mundial dos anos 50 e 60. Criatividade da direção de Lee não deixa o ritmo do filme cair, mesmo com mais de três horas de duração. O roteiro trabalha com flashbacks e reviravoltas, a reconstituição de época é perfeita e Washington é muito convincente no papel principal. Em duas fitas. 201 minutos. Drama.



MEU MESTRE, MINHA VIDA


Direção: John G. Avildsen. Professor de métodos pouco ortodoxos retorna à escola de Nova Jersey, da qual fora demitido há vinte anos, para salvá-la de um bando de alunos violentos e viciados em crack. Relato contundente e moralista inspirado em fato real. Simplista e esquemático, o filme tem um trunfo: o impecável Freeman. 109 minutos. Drama.



MISSISSIPI EM CHAMAS


Direção: Alan Parker. Em Kenosha, pequena cidade Mississipi, nos anos 60, dois agentes do FBI, um, veterano e cético; o outro, jovem idealista, investigam o assassinato de três jovens ligados ao movimento de defesa dos direitos civis. Baseado em fatos reais, é um tenso relato de um vilarejo conservador preso a valores reacionários, uma brilhante denúncia do racismo e da intolerância no sul dos EUA.



NARCISO RAP


Direção: Jeferson De. Conta a história de um menino negro que encontra uma lâmpada mágica. O problema aparece quando ele busca a igualdade, remodelando sua personalidade a partir do ponto de vista das pessoas. 13 minutos.



NO BALANÇO DO AMOR


Direção: Thomas Carter. Sara Johnson (Julia Stiles) é uma garota de 17 anos que sempre sonhou em ser uma bailarina profissional. Porém, seus planos vão por água abaixo quando sua mãe morre em um acidente de carro e ela é obrigada a viver com seu pai em Chicago. Intimidada pela sua nova vida, ela busca refúgio nos clubes locais onde conhece um jovem (Sean Patrick Thomas) que compartilha com ela o mesmo amor pela dança. Porém, eles logo descobrem que a pressão existente entre os dois irá se tornar uma barreira maior do que a diferença de cor ou de classe para que eles possam iniciar um romance. 112 minutos. Drama.



O PODER DE UM JOVEM


Direção: John G. Avildsen. Na África do Sul dos anos 30, filho de ingleses cria fama como exímio boxeador e nota o crescente separatismo racial. Último filme do diretor e montador Avildsen (Oscar por Rocky e diretor dos três A Hora da Verdade), é a adaptação de romance de Bryce Courtenay. Com bom elenco e um roteiro que apela para a emoção sem pieguice, é um drama sobre o preconceito étnico, com cenas de grande carga dramática, construído em meio a um filme de boxe, gênero que o diretor sabia filmar como poucos. 125 minutos. Drama.



QUILOMBO


Direção: Cacá Diegues. No século XVIII, escravos fogem, organizam comunidade clandestina e enfrentam os portugueses. Épico malsucedido sobre o Quilombo dos Palmares, funciona mais no vídeo do que na tela grande. Destaque para música e cenário. 119 minutos. Aventura.



RAY


Em 1932 Ray Charles (Jamie Foxx) nasce em Albany, uma pequena e pobre cidade do estado da Georgia. Ray fica cego aos 7 anos, logo após testemunhar a morte acidental de seu irmão mais novo. Inspirado por uma dedicada mãe independente, que insiste que ele deve fazer seu próprio caminho no mundo, Ray encontrou seu dom em um teclado de piano. Fazendo um circuito através do sudeste, ele ganha reputação. Sua fama explode mundialmente quando, pioneiramente, incorpora o gospel, country e jazz, gerando um estilo inimitável. Ao revolucionar o modo como as pessoas apreciam música, ele simultaneamente luta contra a segregação racial em casas noturnas que o lançaram como artista. Mas sua vida não está marcada só por conquistas, pois sua vida pessoal e profissional é afetada ao se tornar um viciado em heroína.



SARAFINA


Direção: Darrel James Roudt. Professora é ponto de referência para seus alunos, por sua coragem, coerência e ação política. Tem como uma de suas alunas Sarafina, vinda da África do Sul e que busca encontrar o equilíbrio entre os ideais de Nelson Mandela e sua professora, os desesperados atos terroristas de seus companheiros estudantes e a odiosa tortura feita pelo branco dominador. 96 minutos.



UMA HISTÓRIA AMERICANA


Direção: Richard Pearce. Na década de 50, no sul dos EUA, empregada doméstica negra abala as convicções de sua rica patroa branca ao aderir ao boicote aos transportes locais; a comunidade negra reivindica o direito de se sentar nos ônibus onde bem quisesse. Filme sensível, marca do sobretudo pela forte presença de Goldberg (Mudança de Hábito), longe do seu desempenho cômico habitual, e pela já comprovada carga dramática de Spacek (Missing – O desaparecido). Excelente reconstituição da época. 96 minutos. Drama.



UM GRITO DE LIBERDADE


Direção: Richard Attenborough. A história real de Steve Biko, jovem líder negro em luta contra o apartheid na África do Sul, vista sob a ótica de um jornalista branco que se conscientiza aos poucos da situação e também é perseguido. Drama biográfico inspirador e imponente de Attenborough (Gandhi), é um épico grandiloquente, bem ao gosto do diretor, sobre racismo e a violência. Baseado em dois livros do jornalista Donald Woods. 157 minutos. Drama.



UM SONHO DE LIBERDADE


Direção: Frank Darabont. Condenado a uma pena dupla de prisão perpétua pelo assassinato de sua mulher e do amante dela, jovem banqueiro é enviado à prisão de máxima segurança e faz amizade com um dos presidiários veteranos. Estréia auspiciosa na direção do roteirista Darabont (Velocidade Máxima). Embora seja um drama de presídio, não é uma história triste e pesada; apesar de partir de um conto de Stephen King, a trama nada tem de sobrenatural. Muito pelo contrário, trata-se de uma bela ode à amizade e à esperança. Apoiado em magnífico elenco masculino, o filme foi injustamente ignorado no Oscar 95, para o qual recebeu sete indicações (inclusive melhor filme) e não levou. Seu único defeito é o fato de ser extenso e por vezes disperso. Mesmo assim, obrigatório. 142 minutos. Drama.



VISTA A MINHA PELE


Direção: Joel Zito Araújo. Curta Metragem que aborda as discriminações raciais, cotidianas, na vida de adolescentes.